MINHA ALMA CHORA
A minha alma nas noites sem luar,
Chora as dores de um ser angustiado…
Como no alto de um cerro desolado,
Uma árvore sozinha a murmurar…
Contra o céu deprimente de se olhar,
Uma estátua disforme num telhado…
Ou na ponta de um galho desfolhado,
O corvo melancólico a soar...
Farfalhos em monótono alarido…
Os ventos, quando arrancam um gemido
Da paisagem tristíssima, sonora…
As folhas dispersando–se, erradias…
O sino lamentando às ventanias…
É minha alma nas noites, quando chora!
Paulo Maurício G Silva
CHUVA NOTURNA
Um raio de ouro as nuvens, ilumina...
Agita-se a folhagem murmurosa...
A névoa se desmancha, frágil... Fina...
Estronda-se a noite alta, cavernosa.
A chuva cai agora… Desatina...
Rescende a terra úmida, porosa...
A rosa despetala-se, declina...
E reina a natureza tempestuosa.
E a sensação também, de antigas mágoas,
Só trazida do céu por essas águas...
Sensação que entristece, que deplora…
Sensação que me dói e me angustia...
De que alguém despediu-se, certo dia...
De que alguém, certo dia, foi-se embora.
Paulo Maurício G Silva
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PÁGINA FLOREADA
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